domingo, dezembro 30, 2007

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Dias sucedem dias de tédio alternando euforia mas hoje é vazio. Percorro as ruas da minha cidade vazias e húmidas, característica autóctone. São os preparativos para o ano novo e no dia de ano novo vazias continuarão onde todos se esconderão num recôndito e acolhedor lugar partilhando entre uns aquilo que procuro. E danço como se embriagado estivesse, nesse muco húmido da minha cidade e sem o estar a minha visão diminui pela ténue névoa que nos assoma. Procuro o calor no sentido contrário de um braço feminino, recusado minutos atrás por tantas vezes ter aceitado um qualquer sem sentido. Procuro na direcção de dias de euforias mas continuo misturado, não embriagado, com o meu vazio e o da minha cidade. As euforias de dias atrás, fazem destes, ridículos e ébrios. E repetem-se, vazios entre meses e anos escondidos em intermináveis devaneios. Encontro-me assombrado na minha cidade por dias e ruas distantes de harmonia. Conheço-as bem essas ruas, mas hoje, dia vazio e triste de véspera de ano novo, uma, a de sentido dos sentidos encontra-se preenchida atirando-me para este ermo onde me encontro.